sexta-feira, 30 de abril de 2010

Hadouken por todos os lados



Meia lua e soco, foi assim que os garotos do boteco do Jonas me ensinaram enquanto meu pai jogava uma partida de bilhar. Na telona do fliperama eu via um sonho, Street Fighter Alpha 2. Só que na época não era qualquer um que dominava as sequências nos controles. Precisava de habilidade.
Voltando um pouco no tempo, o meu primeiro Street Fighter foi no Super Nintendo, com o título Super Street Fighter 2: The New Challengers. Foi um dos meus primeiros cartuchos junto com Top Gear e Super Mario World.
Este Street Fighter já era uma grande evolução se comparado aos seus antecessores. É só lembrar do primeiro jogo da franquia: os únicos personagens disponíveis eram os protagonistas de sempre, Ryu e Ken Masters, que tinham de viajar pelo mundo e enfrentar lutadores alternados. A sequência se mostrou um sucesso estrondoso. Street Fighter 2: The World Warrior, de 1991, disponibilizou oito personagens jogáveis e popularizou de vez o estilo dos jogos de luta da Capcom que cativou muitos na década de 90. Ainda vieram em 1992, as versões Champion Edition e Hyper Fighting, com algumas mudanças.
Em 1993, SF2: The New Challengers modificou mais ainda. Vieram de bandeja quatro personagens novos, alguns golpes que inovaram, como o hadouken de fogo e cinco cores diferentes de uniformes para cada personagem. A parte sonora também havia sido remodelada.
Era difícil me tirar da frente da televisão quando a pancadaria rolava solta. Queria aprender o macete para dar aqueles golpes pela tela.
É exatamente ai que quero voltar para o bar do Jonas. O jogo já era outro. A série Street Fighter Alpha era bem diferente do que eu estava acostumado no SuperNes. Os gráficos eram diferentes, personagens que eu nunca havia visto e o maior impacto para o pequeno garoto caseiro: os movimentos especiais. A garotada gingava a mão de um lado para o outro e disparavam um poder que tirava o dobro de energia do adversário.
Ficava curioso e olhava atento para as mãos dos jogadores. Até que eles me chamaram para a rodinha. "É fácil alemãozinho, é meia lua e soco para disparar um Hadouken". Meia lua? Era algo muito difícil para uma criança de sete anos. Então me apontaram uma lista de comandos no topo da máquina. E foi fácil. Logo eu disparava os conhecidos Hadoukens na cara de todo mundo. Logo assimilei que duas meia luas e soco... sim, um golpe especial!
Chegando em casa foi aquela euforia. Cartucho no videogame e joystick na mão. Fiquei impressionado, os golpes saiam como se fossem mágicas.
E os anos passaram, passaram e eu continuei com os Hadoukens. Hoje a série Street Fighter deu um grande salto tecnológico com o jogo Street Fighter 4, lançado para Playstation 3, Xbox 360 e PC. Com lutas insanas no formato 3D, uma trilha sonora completamente remixada, o clássico joystick com seis botões e movimentos novos como o Focus Attack, o jogo rapidamente caiu nas graças dos antigos e até dos novos fãs.
Mesmo com tantas inovações ao passar de cada versão, eu não posso perder a chance de desferir alguns "Meia Lua e Soco" na galera do cotidiano.

CUIDADO COM O CHARLES (2)



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